quinta-feira, 30 de junho de 2011

Há exatos 9 anos...


Admito que não me lembrava do exato dia e mês, mas é impossível apagar da memória a emoção vivida naquela manhã de domingo. Exatamente no dia 30 de junho de 2002 a Seleção Brasileira vencia a Alemanha por 2x0 na final da Copa do Mundo, disputada na Coréia do Sul e Japão, se consagrando Pentacampeã.

É perda de tempo falar da magia que uma Copa do Mundo é capaz de despertar no inconsciente coletivo e, particularmente, em mim (e que o "Prof." Dunga & seus pupilos foram capazes de me tomar no ano passado...). E a conquista em 2002 foi especial e, embora com momentos de tensão e dúvida, muito diferente do sufoco dominante em 1994.

O Brasil se classificou no fio da navalha, após Luiz Felipe Scolari ter assumido em meio uma campanha desastrosa nas Eliminatórias (iniciada por Vanderlei Luxemburgo e Emerson). Conhecido por armar equipes robustas, que privilegiam o resultado ao espetáculo, o gaúcho era cornetado em todo país, por boa parte da torcida e de meus coleguinhas de imprensa (já falei mais de uma vez: achamos que sabemos tudo...)

Mas Felipão foi firme: manteve-se fiel ao grupo de sua confiança, deixou Romário de fora apesar dos muitos protestos, apostando em nomes que eram bem questionados. Além disso, ele bancou os craques que achava que resolveriam a parada: Rivaldo, que embora fosse astro do Barcelona e já tivesse sido o Melhor do Mundo era enxovalhado por boa parcela do público e crítica (olha os coleguinhas de novo...), e, principalmente Ronaldo, em recuperação de sua 2a cirurgia consecutiva no joelho.



Lembro exatamente do deboche com que a imprensa retratava os métodos de trabalho do professor. Inclusive, a tão aclamada "Família Scolari" depois da conquista do título, era claramente um termo pejorativo, (não é, Rede Globo?). Aos poucos, as vitórias vieram com um futebol consistente e desconfiança foi deixada de lado. Me lembro que havia apostado no bolão da faculdade que o Brasil cairia nas Quartas-de-Final contra a Inglaterra (como comemorei por ter perdido dinheiro depois...)

Como foi bom vencer aquela Copa, que acabou sendo única, por ser diferente do futebol-espetáculo de 1958/62/70 e do futebol-de-resultados de 1994. Lembro que iria ficar em Bauru naquele fim de semana, mas voltei correndo de última hora para assistir ao jogo com minha família. 

Simplesmente, é impossível esquecer dos milagres de São Marcos; a sólida defesa formada por Lúcio, Edmilson e Roque Jr., que jogavam o arroz com feijão de forma séria; o fôlego e a força de Cafu e Roberto Carlos pelas laterais; o vigor de Gilberto Silva e Kléberson pelo meio, que nunca mais jogaram tão bem depois do Penta; os únicos momentos de brilho de Ronaldinho Gaúcho com camisa Canarinho, embora fosse coadjuvante; a genialidade de Rivaldo, ostentando com justiça a camisa 10 do Rei Pelé; e o 1º triunfal retorno do Fenônemo, contrariando o senso comum.



Claro, a figura da vibração de Felipão a beira do campo é emblemática, como comandante de um grupo realmente unido, em que os reservas realmente tinham importância não só no discurso (destaco Vampeta, a exemplo do professor). Lembro que apenas os goleiros Dida e Rogério Ceni não jogaram entre os 23 convocados, mas aparentavam sentir a mesma motivação dos demais.

Aliás, pensando melhor, comandante não: Felipão era o paizão da Família Scolari, que foi crescendo e conquistou cerca de 180 milhões de integrantes!


domingo, 26 de junho de 2011

Freguês bom sempre volta!

Foto: Evelson de Freitas / Agência Estado

Como havia dito durante o Campeonato Paulista, nada como oferecer um agradinho de vez em quando para deixar o freguês satisfeito! E foi o que aconteceu: festa tricolor, piadinhas sobre o Coringão, comemorações sobre um suposto 100º que a Fifa não reconhece... E tudo isto para que mesmo?

Até agora, o Tricolor vem tendo um desempenho abaixo do que o Corinthians na temporada. Hoje ainda perdeu a série invicta no Brasileirão, com um sonoro 5x0. Destaques para o show de Liedson, que marcou 3 vezes, e a mais uma bela atuação de Danilo, que parece (finalmente) ter reencontrado seu melhor futebol.

E o Rogério Ceni? Ouvi muitas brincadeirinhas durante a semana que o goleiro faria o bi-centésimo gol em cima do Coringão. Mas porque não foi bater a única chance real de cobrar uma falta? Será por que o jogo estava 3x0 contra? No final, saiu de campo levando 5 gols, sendo o último um frangaço! E volto a fazer a velha pergunta: a função principal de um goleiro é fazer gols ou evitá-los?

Reprodução: Corinthians.com.br

E quem sabe, a partir do próximo confronto, o São Paulo consiga chegar perto de ultrapassar a vantagem do Corinthians? Afinal, porque agora são apenas 112 vitórias do Corinthians, 92 empates e 89 vitórias do São Paulo. Está muito perto...

sábado, 25 de junho de 2011

Insubstituível



Ao contrário do que afirma o senso comum, algumas pessoas são sim insubstituíveis. E hoje, completam-se 2 anos em que uma delas deixou o mundo em que vivemos para ocupar seu espaço na eternidade.

Tudo que eu venha a falar agora sobre o talento de Michael Jackson será apenas para repetir tudo o que já foi dito. Prefiro apenas admirar seu inigualável talento, que revolucionou as formas de cantar, dançar, produzir uma turnê, um vídeoclipe e o marketing de um astro pop.



Infelizmente, tornou-se vítima deste próprio sistema que o criou, levando-o do céu ao inferno, transformando seu próprio sofrimento e sua morte em espetáculo. Mas felizmente, estas coisas se tornam ínfimas quando lembramos do inigualável legado deixado por ele.

Ironicamente, faleceu antes da mega turnê que representaria um retorno triunfal do lugar onde nunca deveria ter saído. E os vídeos de bastidores, produzidos para um making off, acabaram se tornando os últimos registros de Michael na ativa, se preparando para o que seriam suas últimas apresentações ao vivo.




Para quem ainda não viu, recomendo "This Is It" como filme obrigatório. Só mesmo assistindo para se ter certeza que para ser "O Cara" não basta nascer com o dom: é preciso batalhar muito. Inclusive, ele estava carregando uma carga muito pesada para alguém com a saúde altamente fragilizada e viciado em analgésicos.


E a garra com que Michael Jackson se entregava nos ensaios, acompanhando os mínimos detalhes de figurino, coreografias, os músicos da banda e cenografia, mostram o que Michael esperava de si e queria mostrar ao público em sua despedida dos palcos. E nos dão a certeza do porque que alguns são mesmo insubstituíveis!


quinta-feira, 23 de junho de 2011

"Vcs são Ducara**o!!!"


Assisti ontem pela 5ª vez a um show do Capital Inicial, realizado na Festa Junina da cidade vizinha de Votorantim. E mais uma vez, sai de lá com uma certeza: voltarei a ver a banda ao vivo novamente, em quantas oportunidades surgirem.

A exemplo da Legião Urbana e Os Paralamas do Sucesso, a banda é mais uma representante da excelente safra originária em Brasília nos anos 1980. E 30 anos depois, os tiozinhos continuam esbanjando o que falta nesta molecada chorona, colorida e de cabelo lambido nos dias de hoje: talento, carisma, emoção e, principalmente, personalidade.

Resumidamente, o Capital e a Legião Urbana surgiram com o fim da banda Aborto Elétrico: enquanto Renato Russo se juntou com Dado Villa Lobos e Marcelo Bonfá, os irmãos Fê e Flávio Lemos se uniram a Dinho Ouro Preto e Loro Jones. Após um estrondoso sucesso, vieram a decadência e o ostracismo. Ao contrário do que muitos pensam, eles nunca pararam (apenas o vocalista Dinho permaneceu alguns anos fora). E após um pequeno fôlego novo em 1998, a redenção veio no ano seguinte, com o Acústico MTV.

A partir daí, voltaram os milhões de CDs e DVDs e downloads; muitos hits em rádios, novelas e programas de TV e comerciais; a entrada do guitarrista Yves Passarel no lugar de Loro Jones; a composição de novas músicas de sucesso; novas regravações ao vivo de sucessos antigos; a queda de Dinho do palco e sua recuperação; e por ai vai...




E é justamente esta capacidade do Capital em emplacar hits um atrás do outro e renovar seu público que incomoda muita gente. Entre as cornetagens, estão a da banda ainda faturar em cima das músicas antigas ou  fazer sucessos dentro de fórmulas pré-estabelecidas ao invés de ousar, se restringindo a um som "comercial". E, até mesmo, não combinar que quarentões fiquem falando de sentimentos adolescentes...

Sobre este tipo de puritanismo, repito o que disse a respeito das histórias em quadrinhos quando falei do seriado Smallville: alguém faz música profissionalmente sem o intuito de ganhar dinheiro? Mesmo os ditos "independentes" e "alternativos", vivem de que? É uma hipocrisia sem tamanho...

Acima de tudo, devemos esperar diversão de uma banda de rock. E é esta energia que o Capital oferece de sobre. Assim como os tiozinhos quarentões, vendo o Capital ao vivo, eu também me sinto um adolescente, mesmo quase trintão, cansado e rouco de tanto cantar e gritar as músicas decorei!

O título é uma forma de retribuir à banda o que Dinho tanto repete para o público: vocês é quem são Ducara**o!

domingo, 19 de junho de 2011

Duplamente Incontestáveis



O fim de semana que terminou há poucos minutos marcou os aniversários de dois gênios que nasceram em datas aproximadas. E apesar de viverem em pontos opostos do planeta e das muitas diferenças de estilo, ambos são importantes marcos para a cultura mundial há mais de 50 anos.

Sábado (18) foi o dia em que Paul McCartney completou 69 anos. Besteira falar aqui sua genialidade quanto compositor, cantor, instrumentista ou quanto The Beatles representam na história da humanidade. Apenas vou falar da simplicidade e humildade de Sir Paul nas duas recentes visitas que fez ao Brasil, mostrando pq certas pessoas são quem são. Só me resta lamentar por não estar em nenhuma delas, mas um dia estarei...

Ao contrário da mega produção que é uma turnê do eterno Beatle, Chico Buarque, agora com 67 anos, percorre um caminho completamente oposto. Reconhecidamente tímido, foge de entrevistas, aparições na mídia e, até mesmo, dos shows. Inclusive, andou bem afastado da música, se dedicando mais aos livros. Entretanto, a beleza, a crítica social, a riqueza literária e a densidade poética de sua obra são eternas! 



segunda-feira, 13 de junho de 2011

"O poeta é um fingidor..."


Há algum tempo, comentei o quanto gosto e acho criativos os logotipos temáticos criados pelo Google, no dia em que o homeageado foi Charles Chaplin. E graças aos benefícios da internet, imediatamente, me encantei e me diverti com alguns vídeos do gênio disponíveis na rede. Hoje, fiz o mesmo, a respeito do poeta Fernando Pessoa.

O logo em homenagem aos 123 anos do nascimento do poeta português (apesar de não ser uma data redonda ou múltipla de cinco...) me fez lembrar o quanto admiro sua obra. Mas não só isto, mas sim do período de minha vida em que tive contato com ela.Estava no Ensino Médio e hoje vejo o quanto foi bom o período em que minha preocupação eram os vestibulares que se aproximavam. 

Minhas aulas de Literatura estavam entre as mais aguardadas: além de meu gosto pessoal, tive a sorte de só ter conhecido bons professores nesta área, que faziam viajar pelo contexto histórico, as biografias e as obras em si do Brasil e Portugal. Tinha uma certa predileção por alguns autores e textos, mas não posso dizer que privilegiava um estilo literário em detrimento de outro: conseguia enxergar qualidades e defeitos em cada um. 



De Fernando Pessoa, admirava não só a forma clara e sensível que sempre falou de amor. Mas outra característica impressionante são os vários heterônimos que criou, com biografias e obras completamente distintas entre si. Quem não sabe, facilmente acredita se tratar de poetas diferentes que, até mesmo, viveram em períodos históricos opostos. 

Sem dúvida, são fatos que ultrapassam a compreensão humana. Mas, de certo modo, elevam a um grau extremo a capacidade de todos nós em sermos muitos e um só ao mesmo tempo.


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"AUTOPSICOGRAFIA

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração."


"Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. 
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. 
Se achar que precisa voltar, volte! 
Se perceber que precisa seguir, siga! 
Se estiver tudo errado, comece novamente. 
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a. 
Se perder um amor, não se perca! 
Se o achar, segure-o!"


"É fácil trocar as palavras,
Difícil é interpretar os silêncios!
É fácil caminhar lado a lado,
Difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto,
Difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos,
Difícil é reter o calor!
É fácil sentir o amor,
Difícil é conter sua torrente!

Como é por dentro outra pessoa?
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.

Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição
De qualquer semelhança no fundo."


"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".

quarta-feira, 8 de junho de 2011

"... e quem irá dizer que não existe razão..."


Simplesmente maravilhoso o anúncio da Vivo, criado pela agência África e produzido pela O2 Filmes. Uma belíssima versão 2011 de uma história de amor que encanta o Brasil há 25 anos e que nunca deixará de encantar.

terça-feira, 7 de junho de 2011

D.R.9.


Só mesmo quem viveu poderá saber como é. E para quem não sabe, republico reportagem explicando um pouquinho o que é fazer parte da Geração Ronaldo.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

#prasemprefenomeno


É um amistoso, contra um adversário sem expressão, com um ex-jogador fora de forma, que permanecerá em campo por apenas 15 minutos... Tudo isto perde a importância diante de um fato concreto: nesta terça-feira (7), será a última oportunidade de vermos Ronaldo Fenômeno com a camisa da Seleção Brasileira.

Aguardo ansiosamente por este jogo, ao qual criei muita expectativa por, até o momento, ser o único jogo de despedida confirmado para o Fenômeno. Infelizmente, não poderei estar no Pacaembu: o jeito é não perder nenhum lance diante da TV. 

Vou torcer sim para uma despedida de gala. claro, não espero lances de efeito, dribles desconcertantes ou jogadas extraordinárias dele. Mas Ronaldo merece sim fazer o que melhor fez desde 1994 com a camisa verde e amarela que tanto o consagrou: gols!

Reprodução: Globoesporte.com

Sei que falei muito sobre Ronaldo desde que criei este blog, mas escrevo somente aquilo que sinto. E emoção de ver o maior ídolo que vi em ação no futebol encerrando a carreira com a camisa do time que amo, sendo capaz de brilhar e me emocionar em muitos momentos, não tem preço.

E sobre tudo que falei de Ronaldo, indico três posts: "Começo do Fim""Muito Obrigado" e outro texto que fiz com o mesmo título de hoje, #prasemprefenomeno, feito no dia em que ele se aposentou e me utilizando da campanha lançada pela Nike e pelo Corinthians no Twitter. Quem quiser ver mais, basta clicar no marcador "Ronaldo" no fim do post.