segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Guns N' Roses - November Rain


Música que sempre associo com mês que está começando e gosto desde quando ela era hit. Tempo em que o Guns fazia um som inovador com clipes muito bem produzidos, que mais pareciam filmes em curta-metragem. Bem diferente do espetáculo patético protagonizado por Axl Rose no último Rock In Rio...

domingo, 30 de outubro de 2011

É lider!

Foto: Edson Lopes Jr.  / Terra

De virada, com 10 homens em campo, na raça e embaixo de chuva. Depois levar 1x0 em casa e tomar sufoco, 2 a 1 em cima do Avaí. Liedson, como sempre, foi decisivo e Emerson Sheik o nome do jogo. Líder de novo e mais um passo importante em busca do título. #VaiCorinthians

“Minha pedra é ametiiiistaaa...”



Ao contrário de muitos pseudo-intelectuais que gostam de discorrer sobre a alienação das massas e manutenção do status quo provocado pela Rede Globo por meio das telenovelas, sou assumidamente noveleiro. Sem contestação, é fato que a telenovela adquiriu características únicas aqui no Brasil e se tornou um dos principais produtos culturais de exportação do país, sendo inclusive alvo permanente de estudos por um núcleo da Escola de Comunicação e Arte da Universidade de São Paulo (ECA-USP).

Após esta introdução, falarei da nova versão de “O Astro”, encerrada na última sexta-feira (28) após quatro meses de exibição. Divulgada pela Globo como “novela das 23h” em um horário habitualmente destinado a mini-séries e especiais, a releitura da trama de Janete Clair foi escolhida para homenagear os 60 anos da teledramaturgia no Brasil, devido ao grande sucesso de sua 1ª versão, exibida entre 1977 e 1978.

E o desafio da equipe dos autores Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro e do diretor Mauro Mendonça Filho, em adaptar a história aos dias de hoje e condensar 186 capítulos em 64, foi concluído com êxito. De modo geral, “O Astro” tem todos os elementos de uma novela na acepção da palavra, com romance, heróis e vilões bem definidos, conflitos movidos por ambição e interesse, além de uma trama policial envolvente. Fora que, em razão do horário, foi possível criar sem muitas amarras do politicamente correto, sem poupar doses de nudez, violência e sexo.

Entretanto, é justamente em seu protagonista Herculano Quintanilha (Rodrigo Lombardi) que “O Astro” foge um pouco dos lugares comuns. Afinal, mesmo com seus dons mediúnicos, “O Bruxo" faz fama com shows de ilusionismo, assim como toma atitudes eticamente bastante questionáveis no mundo empresarial, na condição de braço-direito do mocinho Márcio Hayalla (Thiago Fragoso).



E ao contrário do que fez em outros remakes, quando procurou “esconder” imagens e menções à novela original, a estratégia desta vez foi lembrar desde o início a trama de Janete Clair. Protagonista da novela original, Francisco Cuoco teve um personagem criado especialmente para ele, Ferragus, guia espiritual que percebeu o dom de Herculano na cadeia e o escolheu como sucessor, e com quem conversava através do pensamento por toda a história.

Grande importância também para o romance entre Herculano e Amanda (Carolina Ferraz), em que ficava clara a forte ligação espiritual entre os personagens, com diálogos extremamente bem construídos e direito a muitas citações literárias.  Aliás, as citações a clássicos da literatura e da filosofia também estavam presentes nos conflitos empresariais do Grupo Hayalla.

A família Hayalla é um caso aparte. Aliás, creio que chamá-la de família é uma afronta, pois desde o início fica explicito a ausência e amor e os atos movidos exclusivamente por dinheiro e poder. Com certeza, a escalação do elenco e o trabalho da direção foram extremamente feliz, casos do vilão-mor Samir Hayalla (Marco Ricca), auxiliado pelos irmãos Amin (Tato Gabus Mendes) e o abobalhado Yousef (José Rubens Chachá).

Justiça seja feita, outros personagens também foram brilhantemente interpretados, casos do hilário vilão Neco (Humberto Martins), o malandro / boa gente Natal (Antônio Calloni) – cuja sequência do assassinato e velório foi uma das mais belas que já vi na TV -, a dissimulada tia Magda (Rosamaria Murtinho), o honesto inspetor Eustáquio (Daniel Dantas), os engraçadíssimos cabeleireiros gays Cleiton (Frank Menseses) e Pablo (Pablo Sanábio), o enigmático mordomo Inácio (Paschoal da Conceição) e a batalhadora mocinha Lili (Alinne Moraes). 

Vavléria foi um show de interpretação de Ellen Roche? Não.
Mas sinceramente: alguém ainda queria que ela soubesse atuar?!?


Aliás, o excelente desempenho do elenco evitou que possíveis pontos fracos destoassem do conjunto, caso do mau caráter Felipe Cerqueira (Henri Castelli que, mais uma vez, interpretou brilhantemente o papel de Henri Castelli!), amante de Clô Hayalla (Regina Duarte).

Agora, deixei o final para falar de Clô. Mais uma vez, numa das poucas oportunidades em que não interpretou heroínas com altas doses de bondade, a perua histérica conquistou lugar de honra na galeria de personagens de Regina Duarte. Destilando altas doses de veneno, interesse, ambigüidade e preconceito durante os capítulos, capaz de mudar de opinião de um extremo a outro em segundos, a escolha de Clô como a grande assassina do marido Salomão Hayalla (Daniel Filho) foi um justíssimo prêmio a atriz.

Aliás, gostei muito da saída achada pelos autores para mudar o desfecho da 1ª versão, quando o assassino foi  Felipe Cerqueira. Por motivações diferentes, mas ambos cansados das humilhações impostas pelo patriarca da família, o mordomo Inácio e o irmão Youssef tentaram matar Salomão naquela noite, em que Clô obteve sucesso. E em mais uma demonstração de suas reações exageradas, a viúva confessou o crime e ironizou, sobre o que "a sociedade" pensaria, coerente com o fato da opinião alheia ser uma das suas maiores preocupações ao longo da história.



Acredito que outros elementos primorosos da novela foram a edição ágil (quase frenética) dos capítulos, aposta arriscada e bem sucedida, e, principlamente a escolha da trilha sonora, numa ótima combinação de músicas de diferentes épocas, como “Easy”, de Lionel Ritchie, tema do casal protagonista, “Quando o sol bater na janela do seu quarto”, da Legião Urbana (tema de Lili e Márcio), e uma versão em português de “Always on my mind”, cantada por Julio Iglesias (que exala o perfume de uma adorável cafonice!). 

Claro, sem esquecer o tema de abertura “Bijouterias”, uma perfeita viagem na maionese de João Bosco e Aldir Blanc, criada para versão original da novela. Sim, a música não faz o menor sentido, mas é um chiclete que não sai da cabeça de jeito nenhum...

Sem dúvida, a novela teve erros, mas creio que os acertos foram muito maiores. E gostei, mas sim, achei questionável a cena do penúltimo capítulo, em que Herculano se transformou num pássaro para fugir. Mas sou da opinião: quer realidade? Vai assistir telejornal!

domingo, 23 de outubro de 2011

Rei!


Edson Arantes do Nascimento completa 71 anos de vida neste domingo (23). Apesar de não terem nascido no mesmo dia, mas sim alguns anos depois, muitos dirão que quem faz 71 anos é Pelé. Mas se de fato for? É possível, pode ser que Pelé apenas tenha demorado mais a ficar conhecido...

Certeza mesmo, somente a dimensão e a eterna força do mito. Mesmo para mim e tantos outros, que não tiveram o privilégio de ver o Rei em campo (somente em, precários gravações em vídeo-tape). Como reverência, publico uma excelente campanha publicitária da Vivo, feitas às vésperas da Copa do Mundo 2010 (um ano antes da bem sucedida Eduardo e Mônica).

Lembro que a campanha tinha um anúncio de 30s na TV e convidava o espectador a entrar no site. Aqui, coloco a versão estendida do vídeo, que vale muito a pena ser vista. A situação imaginada é como seria se Pelé fizesse seu último gol pela Seleção Brasileira.

sábado, 15 de outubro de 2011

15 Anos


#UrbanaLegioOmniaVincit








Links

Carta Capital

O Estado de S. Paulo

Jovem Pan

Dois mitos da fuleragem



Sou grande fã do jornalista Xico Sá. Sempre leio suas colunas na Folha de S. Paulo e os textos seu blog, inclusive já compartilhei alguns deles aqui ou pelos meus perfis de Twitter e Facebook. Gosto principalmente do senso crítico com que observa o mundo e, principalmente, a forma bem humorada com que manda o politicamente correto às favas, seja analisando futebol (acompanhado pelo fiel escudeiro Corvo Edgard), as belezas do sexo feminino ou qualquer outro tema.

Hoje, reproduzirei aqui uma entrevista feita por ele com outro grande ícone do humor,  a quem coloco no mesmo patamar de genialidade. É o cantor Falcão, símbolo maior do brega nacional e dono de inteligência, ironia e um bom humor igual e deliciosamente politicamente incorreto.

Para quem acompanha sua carreira com um pouco mais de atenção (o que é meu caso, pois nem mesmo conheço todas suas músicas), sabe que Falcão é muito mais do que simplesmente fazer escrachadas versões de músicas em inglês

Espero que riam tanto quanto eu com a entrevista, disponível no Blog do Xico Sá.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

"Corinthians: você é acima de tudo a alma deste povo!"


2º tempo - 36'48": Zé Maria cobra falta na entrada da área. Basílio ajeita de cabeça e a bola chega a Vaguinho que, mesmo desequilibrado, consegue chutar na trave. Na volta, Wladimir insiste de cabeça e Oscar salva o gol, quase em cima da linha. No rebote, Basílio pega de primeira e.......




GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL! 
É DO CORINTHIANS!!!


Quem apenas lê a descrição deste gol, pode até não saber seu imenso significado histórico, mesmo 34 anos depois do lance ter acontecido. Hoje, toda a Nação Corinthiana comemora aquele 13 de outubro de 1977, dia em que time fez 1x0 contra a Ponte Preta e faturou o Campeonato Paulista, em um Morumbi com mais de 130 mil pessoas. O lance deu fim a um período de 23 anos sem conquistas expressivas.

Mesmo quem, assim como eu, não vivenciou este período, consegue compreender as reais dimensões do que o Corinthians significa (detalhe: escrevo o post 24h depois de presenciar um derrota por 2x0 diante do Botafogo, no Pacaembu).

Afinal, alguém me aponte um time capaz de se agigantar mesmo com 23 anos sem ganhar nada. E mais de três décadas, esta conquista e seus heróis continuam, com toda justiça, a ser reverenciados, dando origem a inúmeras publicações e parou num filme.

Da primeira vez que visitei o Memorial do Corinthians, no Parque São Jorge, em 2007, não tinha como deixar passar a chance de tirar uma foto ao lado de um troféus mais carregados de significados e emoções da história do futebol mundial.



Sei que é difícil traduzir sentimentos e emoções em palavras. Por isto, deixo vocês com quem soube fazer isto como poucos, numa rara mistura de competência, talento e emoção: as imagens do histórico gol filmadas pelo Canal 100 e narradas pelo eterno Osmar Santos.


Pra sempre criança!

Mesmo com um dia de atraso, sempre é bom lembrar do tempo em que criança ouvia música de criança!





terça-feira, 11 de outubro de 2011

Justin Bieber: fãs debilóides, pais “culpados” e omissos

Simplesmente perfeita a definição: disse tudo que eu queria dizer. 
Por isto, reproduzo na íntegra texto  do jornalista  Régis Tadeu


Confesso que tenho certa dificuldade em assimilar e deglutir tudo que vejo e ouço em relação a "ídolos teen". Principalmente, nos dias de hoje, em que ser adolescente é ter intelectualmente a mesma força de uma bolha de sabão no meio de um vendaval.

Não, não vou escrever aqui um texto dominado pelo calor da fúria, mas no exato momento em que você lê estas palavras, posso afirmar categoricamente: 99,9% dos pais lamentam muito, mas MUITO mesmo, o fato de suas filhas serem fãs de um ídolo teen tão vazio, plastificado e sem alma quanto Justin Bieber. Poucas vezes a sensação de "onde foi que nós erramos?" foi tão nítida nos pensamentos de uma família. Nenhum pai ou mãe vai admitir isto, mas é a verdade.

Tudo bem que o moleque superstar com o cabelo milimetricamente engomado tem apenas dezessete anos, gravou dois discos e se tornou a peça central de uma engrenagem de sonhos para adolescentes debilóides, na qual a música é o elemento menos importante. Infelizmente, tudo é meticulosamente encenado para cativar uma geração de meninas que só conseguem exprimir suas emoções com coraçõezinhos feitos com as duas mãos. Mas existe algo que me incomoda demais nesta história: a conivência dos pais.

Não se preocupe, pois não vou soltar aqui um discurso moralista e babaca a respeito da falta de pulso dos pais na educação de seus filhos. Aliás, para quem teve uma educação rígida e criminosamente militar por parte de meu pai, contra a qual me rebelei veementemente durante toda a minha juventude, não faria sentido assumir uma posição conservadora neste sentido. Mas ao ver mães e pais com expressões de sofrimento disfarçadas de paciência, compreensão e uma alegria tão verdadeira quanto uma nota de R$ 30, fico simplesmente estarrecido.

Não sou pai e confesso que fico muito irritado quando vejo estas meninas chorando convulsivamente pelo tal de Bieber. Fico ainda mais enojado com o pseudodiscurso do fedelho, tão "simpaticamente correto" quanto falso. Não sei se você sabe, mas este papo "faria qualquer coisas por minhas fãs" é uma das mais celebradas e deslavadas mentiras do show business. Tudo é alimentado para que na cabeça de meninas que não sabem nada a respeito de sua própria sexualidade seja mantida a esperança de que cada uma pode vir a ser a "namorada do Justin". Ninguém está ali pela música, mas pela "beleza" do menino. Mas também tem outra coisa que me incomoda muito...

Quer saber? Pais e mães que acompanham as filhas nestas "roubadas" não estão lá por serem "companheiros", mas sim por conta da culpa. É, culpa. Por causa de uma educação equivocada, de uma cada vez mais constante ausência em casa por conta de seus compromissos profissionais ou por pura negligência emocional, os pais se submetem a este verdadeiro inferno que é acompanhar suas filhas a um show do Bieber. Tudo pela culpa que sentem por não estarem presentes nos momentos que as crianças mais precisam de atenção, orientação, diálogo e, principalmente, amor. É duro encarar esta verdade, não? Eu imagino...

Não precisei ir até um dos shows que o Bieber fez no Brasil para verificar que quase 60 mil pessoas a cada apresentação estão sendo enganadas o tempo todo. Enganadas com o uso massivo de playbacks por parte do ídolo teen, submetidas aos preços extorsivos cobrados de qualquer coisa vendida dentro do estádio — de cachorro-quente a camisetas oficiais — e, para piorar ainda mais a situação de quem é "cúmplice" disto, às voltas com uma corja de salafrários que atende pela alcunha de "flanelinhas", que chegaram a cobrar R$ 150 de pais desesperados por causa dos berreiros das filhas para estacionar o carro. Estacionar na rua, diga-se de passagem...

Não é de hoje que esse tipo de picaretagem de shows em playback roda o mundo e aporta por aqui. Michael Jackson, Madonna, Britney Spears e mais recentemente a tal de Ke$ha são apenas alguns dos nomes que já estiveram no Brasil trapaceando em cima de seus "fãs adorados" na hora de tocar e cantar para valer em cima do palco. Só não percebe quem é fã. E fãs, como vocês sabem, são todos idiotas...

Assim como idiotas são os pais que, por exemplo, permitem que meninas que sequer tiveram a primeira menstruação passem acampadas duas semanas antes da abertura dos portões dos locais onde Bieber vai se apresentar, apenas para ganhar alguns centímetros mais próximas de seu ídolo. É como se as fãs fossem espermatozóides e Bieber o óvulo onde haverá uma "fecundação" histérica e pré-orgásmica de uma puberdade tão latente quanto vazia.

Por conta da culpa que citei acima, mães buscam se tornar "companheiras" das filhas, permitindo que elas façam qualquer coisa — perder aulas, se alimentar de maneira porca e incompleta, não tomar banhos e até mesmo acampando junto com elas — para que realizem o sonho de respirar o mesmo ar de Bieber. Pais desesperados entram em contato com quem quer que seja para arrumar convites e credenciais para o show e para um possível acesso aos bastidores, a fim de acalmar o inferno em que suas vidas se transformaram desde que os shows do moleque foram anunciados. É duro encarar esta verdade, não? Eu imagino...

É triste perceber que não há mais espaço para a famosa história do cara que não tinha outra coisa a fazer a não ser montar uma banda. A molecada hoje vive sozinha, trancada em seus quartos, dentro de apartamentos, conversando com amigos via internet. Não há mais celebrações cotidianas coletivas, ninguém mais ouve discos junto com os amigos. É por isto que quando se encontram, a meninada perde facilmente o controle sobre seus próprios hormônios. Tudo aquilo que a música podia proporcionar em termos de anticonformismo, de vanguardista rebeldia contra um sistema opressor e a mesmice foi transformada em um vergonhoso pastel de isopor.

E isto vale até mesmo para um terreno em que nada é levado a sério, que é o mundo dos ídolos adolescentes. Se você acompanhar a evolução dos tempos, vai perceber como a qualidade musical deste tipo de artista decaiu assustadoramente. Dos Beatles e Roberto Carlos nos anos 60, enveredamos por David Cassidy e Secos & Molhados nos anos 70, Xuxa, RPM e Menudos nos anos 80, Mamonas Assassinas nos anos 90 e... Deus do céu, e tudo isto para desaguar em Restart e Justin Bieber. Sentiu o declínio?

A massificação da mediocridade exalada pela TV, por exemplo, proporcionou e incentivou o surgimento de uma horda de adolescentes que mal sabem se expressar em palavras, que optam por gritos histéricos, expressões e pensamentos asininos. E este processo idiotizante, provavelmente, vai formar toda uma geração de babadores de ovos que vai acabar influenciando as outras posteriormente.

Desculpe, mas isto não significa que tenho que ser conivente e testemunhar passivamente a molecada esperar, tal como frangos em um matadouro, a substituição do binômio som/fúria por uma conformidade imbecilizante. Também não tenho mais saco para ver uma pivetada vociferando gírias patéticas e palavrões gratuitos só para dizer que está na "contracorrente do sistema". Sou um velho, minha geração é velha, meus pensamentos são velhos, mas não vou aceitar tudo isto e me comportar como um garçom em festa de buffet infantil, que tudo faz para não irritar o "patrocinador".

Sou de uma geração que não abaixava a cabeça na frente de um "não", que derrubava a cristaleira do bom mocismo, que apedrejava as vidraças da humildade subserviente. Por isso, meu coração se enche de som e fúria quando vejo meninas e meninos que poderiam fazer a diferença em um futuro não tão distante se entregarem a gritos histéricos gratuitos e gestos/expressões imbecilizantes.

Hoje, tudo o que eu posso fazer contra isto é escrever um texto como este.

É duro encarar esta verdade, não? É, eu imagino...

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Pelo menos consertaram...



Sem entrar a fundo nas raízes antropológicas e sociológicas da questão, pois não é o propósito deste espaço, creio ser consenso o gradual "embranquecimento" de importantes personagens históricos ao longo das décadas. Um destes exemplos observamos em Machado de Assis. Não são poucos os especialistas que apontam o gradual embranquecimento do escritor, favorecido inclusive pela falta de engajamento dele na questão do negro.

Mesmo assim, senti muita estranheza ao assistir à campanha publicitária dos 150 anos da Caixa Econômica Federal. Sem dúvidas, uma peça muito bem produzida, em termos visuais, estéticos, textuais e a escolha de Glória Pires como protagonista. Entretanto, qual não foi minha surpresa pelo fato de um anúncio de um órgão estatal escolher um ator branco para interpretar o mulato que se tornou maior gênio da nossa literatura?



E mais uma vez, as pressões do mercado acabaram falando mais alto. As críticas e pressões, vindas da sociedade e de dentro do Governo Federal, fizeram a Caixa alterar o anúncio. Após algum tempo fora do ar, a campanha retornou, com um novo (e mulato) Machado de Assis.

Mas não foi só isso: Glória Pires continuou como locutora texto principal. Porém, o anúncio ganhou nova abertura, gravada pelo ator Aílton Graça e com ênfase ao "respeito ao povo brasileiro". O novo anúncio está disponível no site do jornal Folha de S. Paulo

domingo, 9 de outubro de 2011

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Algum tempo se passou...

Gostei muito da iniciativa que começou no Facebook contra a violência infantil. Até dia 12 de outubro, todos estão convidados a trocar sua foto de perfil pela imagem de um personagem marcante de sua infância, seja de desenho animado, história em quadrinhos, cinema, TV etc.

Inicialmente, usei a imagem do protagonista do sensacional desenho "O Fantástico Mundo de Bobby". Depois, troquei por uma dos geniais "Peanuts" ou, simplesmente, "A Turma do Charlie Brown", ou ainda "Snoopy". Entretanto, a cada imagem que vi de várias pessoas, me vinha uma boa lembrança diferente.

Então, misturei tudo que consegui lembrar ai! E pensar que muita coisa boa ainda ficou de fora...





segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Seria diferente?



Vou dar meus palpites a respeito da polêmica envolvendo o afastamento de Rafinha Bastos do CQC. Diferentemente do Pânico na TV, não acho que esta história seja um factóide criado pelo programa. Sem cair no maniqueísmo que insiste em dividir o mundo entre bons e maus, vamos às minhas impressões:

- Sou telespectador fiel do CQC e gosto do estilo de humor sarcástico do Rafinha. Entretanto, há tempos o humorista tem passado, achando não haver limites para arrancar risos, mesmo que seja com ofensas.

- Considerei a piada sobre a cantora Wanessa extremamente infeliz e de mau gosto. Ainda mais por não ter sido a primeira vez que Rafinha apresentou tal comportamento, achei justa a punição estabelecida pela direção da Band.



- Entretanto, vale ressaltar que Wanessa é casada com o empresário Marcos Buaiz. Entre outros investimentos, ele é sócio de Ronaldo Fenômeno na agência de marketing esportivo 9ine. E o ex-jogador sempre participou das brincadeiras do programa, inclusive "se pesando" ao vivo, além garantindo uma participação ao vivo do lutador de MMA Anderson Silva, também contratado da empresa.

- Ronaldo ainda é garoto-propaganda da Claro e, inclusive, atualmente co-estrela uma campanha que está no ar, juntamente com Marco Luque, outro apresentador do CQC. O humorista divulgou nota de repúdio à atitude do colega. Mesmo assim, teria sido substituído por Marcelo Adnet em outro anúncio da empresa de telefonia, por suposta recusa do Fenômeno em associar sua imagem ao CQC.

- Agora uma breve reflexão: se não mexesse com quem não devia, Rafinha seria punido? Difícil de advinhar, mas vamos lembrar da odiosa e preconceituosa postura do jornalista Bóris Casoy, uma vez em que achou que estava fora do ar:




- Desta outra vez, apenas um pedidinho de desculpas, bem dos mequetrefes, já bastou à direção da emissora, mesmo com todo preconceito e discriminação relatadas pelo âncora do Jornal da Noite. Seria diferente se os garis fossem anunciantes em potencial?