sábado, 28 de abril de 2012

"Pensando bem, não vale à pena..."



Estou maravilhado com o livro "Vale Tudo: o som e a fúria de Tim Maia", do jornalista Nélson Motta. Desde que a biografia foi lançada, tinha vontade conhecer melhor a história de um dos maiores gênios da música brasileira. Agora, como assistirei em breve ao badalado musical homônimo, estrelado pelo igualmente elogiado ator Tiago Abravanel, no Teatro "Procópio Ferreira, em Sampa, achei que era o momento perfeito para começar!

Como já afirmei antes, desde criança admirava Tim Maia, por seu talento único, carisma e incrível capacidade de contar histórias que viveu, mas que soam mais inacreditáveis do que muitas obras ficcionais. E assim é o tom da história, somente possível de ser atingido por Nelson Motta - não só pelo seu talento narrativo, mas por ser um importante personagem da cena musical brasileira nas décadas de 1960 e 70, desfrutando da amizade com o artista por quase 30 anos.

E mesmo no meio da minha leitura, vou compartilhar uma passagem que vale a pena (claro, pretendo voltar ao assunto em breve). Muita gente ainda não deve saber disto, mas os caminhos de Tim Maia e Roberto Carlos se cruzaram logo no início de suas carreiras, sendo os dois integrantes da banda "Os Sputiniks" . Na foto acima, eles aparecem ao lado de Erasmo Carlos, amigo com quem Tim conviveu em boa parte da infância e da adolescência.



Encurtando a história, as carreiras de Tim e Roberto acabaram tomando rumos opostos, até o estrondoso sucesso da Jovem Guarda consagrar o Rei. Mesmo com o indiscutível sucesso de público, Roberto sofria pesadas críticas de especialistas e dos chamados intelectuais, em especial, pela "banalidades das letras" e "superficialidade sonora".  Já para Tim, digamos, as coisas não estavam saindo exatamente como o planejado... E após alguma insistência, ele reencontrou o antigo companheiro, e recebeu a "encomenda" de uma música.

No auge da efervescência que a Black Music vivia neste período,  Tim compôs então "Não Vou Ficar", que encantou Roberto no ato. Seguindo todas as sugestões de arranjos e sonoridade passadas pelo amigo, a gravação foi um sucesso, arrancando críticas favoráveis pela "maturidade musical" que o Rei mostrava, fugindo das triviais baladinhas românticas de então. A música inclusive invadiu os cinema de todo país, na trilha sonora de um dos filmes de maior sucesso da época: "Roberto Carlos & O Diamante Cor-de-Rosa".

Mas ao contrário do que diz a letra, ouvir esta música vale muito à pena!


a

domingo, 22 de abril de 2012

"Cause I try and I try and I try and I try..."



Maior banda de rock de todos os tempos? Nelson Motta defende que sim. Afinal, manter o sucesso por 50 anos em todo o planeta, passando por tantas turbulências é uma missão única. Até defendo parcialmente: os Stones são gênio e inigualáveis, de um talento e carisma únicos. 

Apesar de tudo, para mim eles não são os maiores de todos os tempos. Sim, eles reúnem todas as condições para ser. Mas se não fosse um pequeno detalhe... 

Aproveite e desfrute aqui, alguns destes verdadeiros clássicos esternos!

Alvi-Negro x Alvi-Verde



As semi-finais do Campeonato Paulista serão quase iguais ao que todos esperavam: Santos x São Paulo em uma partida; e a outra, será um clássico entre um alvi-negro e um alvi-verde, arquirivais! Mas não será um Corinthians x Palmeiras, mas sim Ponte Preta x Guarani. Méritos aos times de Campinas, que souberam explorar os pontos fracos do rivais e venceram os confrontos únicos.

Sem a ladainha de "regulamento injusto que o time concordou", "Libertadores é prioridade", etc. e tal, reconheço que não faltou raça e determinação ao Corinthians. Entretanto, a Macaca soube anular os pontos fortes do Timão, em especial no 1º tempo, que não soube furar a forte marcação. Na etapa final, a pressão corintiana de nada serviu.

Infelizmente, a nota negativa do jogo ficou por conta da atuação do goleiro Júlio César. Sempre fui ferrenho defensor do jogador, em quem enxergo qualidades técnicas e demonstrações de ser um excelente caráter e homem de família. Um rapaz humilde, honesto, trabalhador, perseverante, que não usa a religião como elemento de marketing. E acima de tudo: um corintiano formado nas categorias de base do Parque São Jorge, que realizou o sonho de jogar no time que sempre amou.

Sempre defendi Júlio César de críticas que considerei injustas. No entanto, infelizmente, a partir de hoje serei obrigado a rever meus conceitos, concordando, por exemplo, com o jornalista Cosme Rímoli. Afinal, a exemplo do confronto contra o Goiás (valendo o título Brasileiro 2010) e contra o Santos (final do Paulistão 2011), mais uma vez, Júlio César falhou em um jogo decisivo. E hoje, foram duas falhas incontestáveis que resultaram em dois gols e a eliminação da equipe. 

A camisa do Corinthians pesa muito. Em especial, quando ela leva o nº 1 às costas. Sinceramente, o mata-mata da Libertadores não admite falhas, ainda mais depois de uma eliminação precoce no Pacaembu. Insistir em dar uma chance para Júlio César se redimir pode custar muito caro.


sábado, 21 de abril de 2012

52 Anos



Sim, sabemos das mazelas da política nacional, o quanto a construção de uma capital no Centro Oeste do país inflou nossa dívida externa, contribuiu com o sucateamento do transporte ferroviário, etc., etc., e etc. Entretanto, é inegável destacar a beleza inigualável de Brasília, que completa 52 anos da sua inauguração neste sábado (22).

Estive na Capital Federal uma única vez, a trabalho, em 2009 - um verdadeira maratona, em que sai de casa e fiz o trajeto de ida e volta entre Sorocaba - Campinas - Brasília das 8h às 23h30. Mesmo assim, aproveitei, passando em frente e me maravilhando com todos os espaços criados por Oscar Niemeyer, a partir da idealização de Juscelino Kubitschek e seguindo o Plano Diretor do urbanista Lúcio Costa.



O traço inconfundível de Niemeyer já apareceu hoje para quem acessou o Google, nas sempre excelentes sacadas com seus "Doodles". Logo em seguida, vi no Twitter ou Facebook (não me lembro mais agora...) um link do Uol, com belas imagens da cidade, o que publicaria aqui a princípio.



No entanto, comecei a pesquisar outras imagens que poderiam melhor representar a capital. Ironicamente, achei a fonte mais óbvia, mas que sequer havia pensado: o site do criador, Oscar Niemeyer. Vale a pena conferir algumas destes belos registros históricos, de outras criações deste gênio centenário ao redor do mundo. 


segunda-feira, 16 de abril de 2012

Compartilhe com um amigo!



Comentei em outras ocasiões minha admiração a respeito das campanhas publicitárias da Coca-Cola, responsáveis por anúncios memoráveis que, com certeza, ajudaram a consolidá-la como uma das mais poderosas marcas do mundo há mais de um século. Mas nenhuma delas me surpreendeu tanto quanto a atual ação desenvolvida na Austrália.

Estratégias de comunicação que personalizam ao máximo o diálogo com o consumidor ou com pilares estabelecidos nas redes sociais da web deixaram de ser novidade há muito tempo. Entretanto, a forma ousada como empresa respondeu a uma não menos surpreendente - ao menos para mim - queda de vendas naquele país entre consumidores jovens é admirável.

Como a Coca-Cola fez para reverter este quadro? Simplesmente, pela primeira vez em 126 anos de vida, retirou sua valiosíssima marca dos rótulos, substituindo-a pelos 150 nomes australianos mais populares.



Utilizando o slogan "Compartilhe uma Coca-Cola com um amigo", a empresa lançou uma página específica para a campanha no Facebook, na qual os consumidores possam justamente compartilhar o conteúdo online, comentários e tudo mais o que a rede nos permite.

Alguns outros vídeos foram produzidos, específicos sobre algum dos nomes que aparecem nos rótulos. Será preciso comentar sobre os resultados desta estratégia?




Não localizei dados recentes do mercado brasileiro, de como estão as vendas do refrigerante por aqui. Mas sem dúvida, seria inegável o sucesso se algo semelhante fosse adotado no Brasil. Afinal, com certeza as Marias, Anas, Pedros e Joãos gostariam de levar sua Coca-Cola "personalizada" para casa!

Bem, não custa viajar, mas gostaria muito de ter minha Vini-Cola...

Saiba mais sobre a companha clicando aqui

quinta-feira, 12 de abril de 2012

"...Merecia a visita não de militares, mas de bailarinos..."

Foto: Gui Urban

Mais uma vez pessoal, volto a este espaço após um considerável hiato. Desta vez, não prometerei de novo que serei mais presente, vou dar mais atenção ao blog, e blá-blá-blá. Questões pessoais, profissionais, boas  e más razões... em resumo: uma série de fatores, mais uma vez, me impedem de estar mais  presente aqui, mesmo eu querendo o contrário. Enfim, vamos lá...

Contrariando a máxima jornalistica de que notícia se fala no dia ou não se fala nunca mais, abordarei um assunto acontecido há quase 15 dias, mas que a pena lembrar. Assisti no último dia 31 de março a mais um show da banda Os Paralamas do Sucesso, desta vez, com participação da cantora Pitty, dentro do projeto "Toyota Trilhas da Natureza", promovido em Sorocaba pela montadora japonesa. 


Esta foi a quarta vez que acompanhei a veterana banda ao vivo e, a exemplo do que relatei em 2011, saí da apresentação mais uma vez maravilhado com o talento dos tiozinhos e rouco de tanto cantar os grandes sucessos dos mais de 30 anos de carreira - dos quais decorei a grande maioria desde a década de 1990.

Mais do que isso, me impressionei como Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone continuam soberanos no palco, me fazendo confiar que sairei com esta sensação todas as vezes em que tiver a oportunidade de vê-los ao vivo. Apesar dos padrões nipônicos da organização terem encerrado o show antes do "Mais Um" - impedindo a execução de hits como "Meu Erro" e "Ska" -, a emoção valeu a pena, originando mais momentos inesquecíveis!.

Foto: Gui Urban

A boa novidade (sem trocadilho com o grande hit da banda...) foi a participação de Pitty. Sim, admito ter torcido o nariz quando esta baianinha baixinha, rostinho de menina e tatuada apareceu. Entretanto, sua trajetória artística me provou sua qualidade. Aliás, já disse isso: a considero o último sopro de vida inteligente na triste história do rock nacional do ano 2000 para cá...

Pitty cantou quatro músicas durante o show ao lado da banda, sendo dois grandes sucessos seus: "Me Adora" e bela baladinha "Dançando", do seu projeto paralelo "Agridoce".


Do trio brasiliense, cantaram uma versão agitada de "Mensagem de Amor" e a música que estão trabalhando do DVD ao vivo da banda. Aliás, uma das minha preferidas deles: "Tendo a Lua", que inclusive postei sua versão acústica no dia do meu aniversário do ano passado.


Mais do que isso, é engraçado se aproximar dos 30 anos e continuar curtindo a mesma banda desde a adolescência: a visível renovação do público. Fato: a grande maioria da molecada no Parque das Águas estava a espera da Pitty (reações comprovadas enquanto a cantora esteve no palco).

Mas com os rumos sombrios tomados pela música nacional, é bom demais ver a molecada vibrar ao ver de perto os tiozinhos cinquentões!!!

Foto: Gui Urban


*Veja mais fotos do show clicando aqui