sábado, 31 de dezembro de 2011

2012 vem ai...





Cortar o tempo


Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.


Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.


Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente


(Carlos Drummond de Andrade)



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Muito lembrado neste período, vejo neste poema de Drummond a perfeita definição do que representa o ciclo entre o fim de um ano e o começo do próximo. Época em que costumamos fazer uma reflexão sobre o período que passou, renovamos esperanças e formamos expectativas sobre os dias que virão.

A exemplo da virada para 2011, irei passar para 2012 sem a típica melancolia que costuma me acometer em finais de ano. Sem dúvida, 2011 foi para mim um ano de superação. Foram muitos e intensos os momentos de provação, tristeza e ausência de perspectivas, principalmente diante do inesperado.
Sem hipocrisia, estes percalços passaram e, inclusive renúncias que precisei fazer, resultaram em crescimento pessoal. Agradeço muito a Deus, as pessoas que amo e àqueles que se colocaram ao meu lado, mesmo sem laços de sangue. 

E, sem dúvida, este crescimento me ajudará em 2012, diante de vários desafios que se colocarão diante de mim. Alguns deles ainda são pendentes de 2011 e outros já são previstos, mas, com certeza, ainda virão alguns que sequer faço idéia.

Somente, mais uma vez, agradeço a todos que convivem comigo, nem que seja só um pouquinho, e que Deus possa me dar mais discernimento para saber como agir com sabedoria nestes momentos!

E que venha 2012!!!

“Só é possível, te amar...”



O último dia 29 de dezembro marcou os dez anos da morte da cantora Cássia Eller. Apesar do fato, felizmente, podemos dizer que sua voz não se calou. O período em que viveu favoreceu inúmeros registros audiovisuais e sonoros do seu talento que, indiscutivelmente, comprovam sua presença entre as maiores intérpretes da música brasileira. Até hoje, nos mais diferentes momentos, sua obra é minha constante companhia (e sempre será!).

Inclusive o título do post, retirei da música “No Recreio”, gravação então inédita que integra o CD “Dez de dezembro”, uma produção de Nando Reis lançada alguns meses depois que ela morreu (a parceria com o músico merece um parágrafo à parte, mais para frente...). Dez de dezembro é o dia que Cássia nasceu, em 1962, e o belo clipe é composto por filmagens caseiras, onde aparece em vários momentos com o filho Chicão e a companheira Maria Eugênia.




Cássia Eller deixou uma lacuna que jamais será preenchida, por seu estilo único de interpretar. É até engraçado relembrar suas imagens no início da carreira, em que cantava de forma tímida e discreta. Timidez, aliás, marcante em suas entrevistas, em que falava baixo, invariavelmente baixava a cabeça e procurava disfarçar a tensão, trocando anéis de uma mão para a outra, apertava as próprias mãos, mudava o jeito de sentar, entre outros.

Ao longo dos anos, se afirmou. Ela simplesmente explodia e tomava conta de todo o palco com uma energia única, soltando o vozeirão rouco e demonstrando olhares, gestos e expressões faciais que contagiavam qualquer platéia.



Por muito tempo, Cássia tinha fãs e seguidores fiéis, porém, desconhecida do grande público. Seus sucessos mais conhecidos eram músicas que fizeram parte da trilha sonora de várias novelas da Rede Globo. Ironicamente, ela partiu no momento em que divulgava o “Acústico MTV”, seu primeiro trabalho a vender mais de um milhão de cópias e sua agenda de shows se intensificou.

O álbum também consagrou a versatilidade da intérprete. Conhecida pro cantar sucessos do pop-rock nacional, especialmente compositores como Nando Reis, Renato Russo e Cazuza, ela mesclou este repertório com interpretações únicas de The Beatles, Edith Piaff, Chico Science, Os Mutantes, samba de raiz da dupla Alvarenga & Riachão e Chico Buarque.




Deixei para o final a parceria entre Cássia Eller e Nando Reis. Até abordei o assunto em um texto anterior, mas vale pena voltar. É um dos casos únicos da música, arrisco até falar internacional, de vermos dois artistas se complementarem de uma forma tão perfeita.

Como disse anteriormente, me identifico muito com várias composições do Nando, que me sensibilizam de forma realmente especial. E sem dúvida, Cássia foi a melhor intérprete de muitas delas, um degrau acima de outros artistas e do próprio autor.

A relação entre os dois também era única. Sempre que os via juntos no palco ou em entrevista, me impressionava com o amor de verdadeiros irmãos que sentiam um pelo outro, explicitado nos olhares e gestos de admiração e cumplicidade mútuos.




A exemplo de “No Recreio” e “Meu mundo ficaria completo (Com você)”, Nando criou algumas das músicas de Cássia que mais gosto, casos de “Relicário”, “All Star”, “ECT”, “As Coisas Tão Mais Lindas”, entre outras. Entretanto, creio que nenhuma letra e interpretação superam “O Segundo Sol”...


sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

So this is Christmas...


Mais um Natal chegando. E nunca é demais lembrar que seu significado é muito maior do que as belas luzes, decoração, presentes, Papai Noel etc e tal. Vamos lembrar sim da chegada do Menino Jesus e que, realmente, a data traga aos nosso corações muita paz, amor, luz, harmonia, união e renovação.

Abaixo, algumas canções impossíveis de esquecer nesta época!












Digamos que... Feliz Natal!!!

sábado, 17 de dezembro de 2011

“Porque eu amo cantar!”



Vivi nesta semana um raro momento de emoção, inimaginável para mim alguns anos atrás. Assisti a um show do grande cantor Cauby Peixoto, sem dúvida, um dos maiores intérpretes da música brasileira em todos os tempos. Tenho todas as razões de me considerar um privilegiado, afinal, hoje em dia são poucos os shows que o artista tem feito fora de São Paulo.

E apesar de muitas restrições físicas e de saúde que os 80 anos de vida e os 60 anos de carreira lhe impuseram, felizmente, sua voz e talento permanecem inalterados.

E apresentações suas ao vivo estão cada vez mais raras, inclusive com alguns shows cancelados nos últimos anos, por imposição de sua saúde. São visíveis os sinais que o tempo passou para ele, inclusive para deixar o clube: agradeceu, mais saiu sem atender a grande fila de fãs, enquanto um carro adentrou ao ginásio para retirá-lo.

Muito por conta da necessidade insaciável por auto-afirmação que vivemos durante a adolescência, sem muita lógica para tal, tornei Cauby durante muito tempo alvo de duras críticas infundadas, principalmente, por conta do seu visual extravagante.


Ainda bem que os anos se passaram e amadureci o suficiente para compreender a real dimensão do que o cantor representa para a cultura nacional. E que belas canções e interpretações não são peças de museu, mas existem para ser eternamente lembradas e sentidas.

No show a que assisti, Cauby é acompanhado apenas pelo violonista Ronaldo Rayol, que o ampara pelo braço, juntamente com uma assessora, enquanto “A Voz” se dirige com passos lentos para o palco. Ele passa os pouco mais de 70 minutos do espetáculo sentado e, com o vozeirão m plena forma. Inacreditavelmente toma água somente antes das duas últimas músicas, além de acompanhar perfeitamente as letras das canções, com um caderninho a sua frente.

O público foi bastante variado, com uma considerável presença de jovens e crianças, embora a imensa maioria seja formada por quem o acompanha desde os áureos tempos do rádio, em que fãs ensandecidas rasgavam suas roupas pelas ruas.

Seu repertório é bem variado, desde clássicos obrigatórios como “Bastidores” e “Conceição”, músicas de Caetano Veloso, Roberto Carlos, canções em italiano, francês e um legítimo flamenco espanhol, e duas das canções que considero das mais belas dos Beatles (Yesterday e Something), entre muitas outras.


Inúmeras vezes, o artista foi aplaudido de pé durante as canções. E de cima do palco, retribuiu emocionado o carinho do público, com sorrisos, agradecimentos e beijos. Com o anúncio do fim do show, permaneceu, após os tradicionais gritos de “Mais um!”, e entoou mais três músicas.

Entretanto nesta sequência final, surpreendentemente, boa parte da platéia se levantou e criou uma bonita imagem. Afinal, muitos se esqueceram dos cabelos brancos, carecas, rugas e possíveis dores pelo corpo para se amontoar em pé diante do palco, reverenciado o ídolo de perto.

Nos minutos finais do espetáculo, cantou sucessos de outro mito inigualável, também chamado de “A Voz”, Frank Sinatra, “New York, New York” e a insuperável “My Way”. Cauby então “se convidou” para retornar a Sorocaba em breve, enquanto reverenciava a platéia em sinal de retribuição:

- “Vocês gostam de música? Sim, vocês gostam: olhem só para isso!” (apontando para a platéia em pé).

- “É só me convidarem para voltar, que eu volto. Porque eu amo cantar!”

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Paulista

Foto: SPTuris

Os principais veículos de comunicação do Brasil se lembraram nesta quinta-feira (8) do aniversário de 120 anos da Av. Paulista. Até pensei em algo diferente, para fugir de "A mais Paulista das avenidas" e outros clichês do gênero, mas confesso que não consegui. Só para ser um pouco mais repetitivo ainda, direi que, na verdade, ela é a "mais Paulistana" delas.

Desde a infância, ela é um dos pontos de São Paulo que mais me encanta. Muito por conta dos imensos edifícios, "coração do centro financeiro do Brasil", a diversidade do seu comércio, gastronomia e centros culturais, suas estações de metrô, palco das mais diversas manifestações populares e festas (em especial, os títulos do Coringão), pessoas e carros passando por todos os lados...

Foto: O Estado de S. Paulo

Nos últimos dois anos, nossa relação tornou-se mais próxima. Devido a compromissos de estudos e profissionais, a estar sempre na capital e, na maioria desta vezes, ficava perto dela. Andar pela Paulista me dá uma sensação bom, meio de "me sentir em casa" mesmo, inclusive aproveitando para simplesmente conhecer suas travessas.

Pude ainda constatar ao vivo, como todo mundo fala também, que "São Paulo não para!". É muito legal observar a intensidade da vida desta avenida durante 24 horas por dia, mesmo aos finais de semana. Agora mesmo, com certeza ela está especialmente bela, com os prédios decorados para o Natal - o que leva mais pessoas a passarem lá durante a noite.



Abaixo, vão alguns links do que a imprensa nacional falou hoje sobre a Av. Paulista, que compartilho para encerrar minha singela homenagem:






Av. Paulista, no início do Século XX Foto: O Estado de S. Paulo

domingo, 4 de dezembro de 2011

#VivemosDeCorinthians

Foto: Danilo Verpa / Folhapress

Foto: Leo Pinheiro / Agência Estado

Foto: Adriano Vizoni / Folhapress

Reprodução: Corinthians.com.br

#VivemosDeCorinthians

Fotos:  Daniel Kfouri / Nike Futebol









Considerações Prévias



E “A Semana” está chegando ao fim daqui a pouco. E um domingo depois de ser quase campeão, quis o destino que o Corinthians decidisse o título Brasileiro diante do arqui-rival Palmeiras justamente hoje, domingo em que a Nação Corintiana acordou de luto, se despedindo do Dr. Sócrates. Vou deixar aqui algumas impressões da rodada que irá começar daqui a pouco, para que não seja influenciado pelos resultados.

Evidentemente, o Corinthians é favorito, pois só perde o título se perder para o Palmeiras e o Vasco da Gama vencer o Flamengo. O Timão tem é mais forte e organizado e terá o Bando de Loco fazendo o Pacaembu ferver. Acredito que a massa rubro-negra também deva empurrar o Mengão, que briga por vaga na Taça Libertadores e pega um adversário desgastado por viagem e derrota durante a semana.

Em resumo: se o Corinthians realmente não faturar o quinto Campeonato Brasileiro hoje, é realmente porque não mereceu ser campeão. Afinal, o time liderou mais de 90% da competição, depois de um início arrasador, que disparou com 12 pontos na frente dos demais. Mas depois disto, o time teve muitos momentos que simplesmente apagou...

Sim, o Brasileirão é muito equilibrado. Entretanto, em alguns jogos, o Timão bobeou completamente, pois já poderia ser campeão neste momento e que, se o caldo entornar, farão diferença: derrotas para os rebaixados Avaí e América-MG (3x2 e 2x1, respectivamente); derrota em pleno Pacaembu, por 0x2, para o instável Botafogo;  e empate por 2x2 com o Ceará, que briga para não cair, também no Pacaembu.

De qualquer forma, o ano corintiano começou desastroso e termina com o saldo altamente positivo. Após a humilhante eliminação diante do Tolima na Pré-Libertadores, a antecipação da aposentadoria de Ronaldo e a saída de Roberto Carlos, o técnico Tite, apesar de muitas críticas que faço, soube reconstruir o elenco sem nenhuma estrela, que já sofria pela aposentadoria do capitão William e saída de Elias. 

Craque contratados, somente Liedson, que a própria timidez o impede de ser estrela e teve um custo baixo, e Adriano, que vive um ano de recuperação e incertezas. A diretoria acerto no alvo também com as últimas contratações, casos de Alex, Emerson Sheik, o incansável Willian e (por que não?) o dedicado Fábio Santos (pouca técnica, compensada com vontade), as boas surpresas Welder, Edenílson e Luiz Ramirez (que passou por dificuldades, mas apareceu no momento certo).

O Timão ainda viu a afirmação de jogadores de jogadores que estavam no elenco, casos de Paulinho, Danilo, Júlio César, Leandro Castãn e Paulo André (que superaram com técnica e liderança a aposentadoria de William e a má fase de Chicão), juntamente com os guerreiros Ralf e Alessandro. Esta decisão ainda pode ser marcante para o atacante Jorge Henrique, ídolo da Fiel por sua raça e dedicação, mas que viveu um 2011 de dificuldades.

E que São Jorge continue olhando por nós!

Obrigado!



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