quinta-feira, 3 de maio de 2012

Avante Vingadores!



Iniciativa digna de aplausos da Marvel Comics desde que foi anunciada, em meados da década passada, “Os Vingadores” superou todas as expectativas. Assisti ao filme no último domingo e, até agora, vibro ao lembrar de cada detalhe que vi na telona, com som digital e projeção em 3D. Acima do mérito de juntar expressivos heróis na tela, o ousado projeto acertou em todos os aspectos, partindo da simples premissa: fazer um filme de super-heróis, sem ceder a tendências e modismos. 

 Aliás, deixo claro aqui. Este post não pretende fazer nenhuma crítica elaborada a respeito do filme, porque creio existir outras mais abalisadas disponíveis (inclusive, indico as dos sites Omelete e Cinema com Rapadura). Abaixo, vão algumas impressões pessoais e cornetagens despretensiosas, nada mais. 

Como já comentei outras vezes, super-heróis me acompanham desde a infância, muito antes de eu saber ler, imaginar a existência de uma guerra entre editoras de quadrinhos e da existência da internet, para saber mais sobre o tema. Conheci então estes personagens através da TV, brinquedos e roupas que ganhava da família (algumas vezes, mesmo sem pedir). Um destes exemplos se encontra no meu Facebook



Quem viveu a infância nos anos 1980, se deparava na TV com diversas produções desenvolvidas nas décadas anteriores. Especificamente, conheci as aventuras individuais dos componentes dos Vingadores por meio dos "Desenhos Desanimados", exibidos pela TV Record, e a clássica série O Incrível Hulk, nas tardes de segunda a sexta-feira da finada TV Manchete. Curtia também o Gigante Esmeralda nos telefilmes passados na “Sessão das Dez”, no SBT. Em um deles, o Dr. Banner inclusive se encontrou com o Thor

Aliás, algumas das minhas noites de domingo depois do Silvio Santos trouxeram a minha infância o Capitão América , no longa-metragem de 1979. Para saber mais sobre a história dos Vingadores, assista ao vídeo abaixo. Resumindo, o grupo foi criado em 1963, pelos geniais Stan Lee e Jack Kirby. A idéia de reunir os principais heróis da Marvel surgiu diante da necessidade da editora reagir ao crescimento das vendas da DC Comics provocado pela publicação da série em quadrinho da Liga da Justiça.

Este vídeo explica melhor como os Vingadores surgiram e como mudaram ao longo dos anos.



A DC abriu o mercado cinematográfico para as grandes produções inspiradas nas HQs, em 1978, com o inesquecível Superman - O Filme , e a primeira saga de Batman, a partir de 1989 (muito bem iniciada por Tim Burton e quase aniquilada por Joel Schumacher). A história do Homem-Morcego precisou ser recontada nos anos 2000, por Christopher Nolan , em um retrato mais fiel impossível, cujo arco será encerrado em "O Cavaleiro das Trevas Ressurge". Entretanto, justamente o sucesso de crítica e público do Batman, fez as cifras cegarem os executivos da DC. 

Desde o perfeito Batman - O Cavaleiro das Trevas, a editora decidiu que todos os filmes de seus personagens adotarão tons mais sombrios (embora isto não tenha sido visto no razoável filme-pipoca Lanterna Verde). Com isso, até o legado de quase 40 anos do Homem de Aço nas telas será absurdamente descartado, com sua origem sendo recontada em 2013.

Nos cinemas a editora só entrou para valer no fim da década de 1990, com as espetaculares trilogias dos X-Men e do Homem-Aranha (que, infelizmente, também será totalmente descartada). Mesmo assim, quase cinco décadas depois, é fácil concluir a Casa de Idéias está ganhando de goleada da concorrente no mercado cinematográfico!


Sendo assim, com um Batman encerrando atividades, um Superman renascendo e um Lanterna Verde (lá vai o trocadilho infame...) perdido no espaço, não deixam perspectivas nada animadoras sobre um possível filme da Liga da Justiça – projeto discutido e abandonado há alguns anos, que rendeu, no máximo, um aperitivo na TV, em Smallville. Felizmente, a Marvel acertou por caminhar na direção oposta: a força dos Vingadores está justamente nas diferenças!

Embora os filmes individuais dos heróis apresentassem uma unidade de linguagem, se interligando com destino ao super-encontro, cada produção respeitou as características específicas de cada personagem. Em comum, todos apresentaram situações bem humoradas, aparições de Nick Fury (o impecável Samuel L. Jackson), diretor da SHIELD, órgão de segurança máxima mantido pelo governo EUA, participações especiais de Stan Lee, as aguardadíssimas cenas pós-créditos, e dezenas de pistas espalhadas pelos filmes (apontando em direção aos Vingadores). E assim se passaram dois Homens de Ferro, dois Hulks um Capitão América e um Thor.



Desta maneira, fomos brindados com um Homem de Ferro (Robert Downey Jr.) egocêntrico, sarcástico e adoravelmente insuportável (para mim, o grande astro da equipe); o bom-mocismo nato, o senso patriótico a formação militar do Capitão América (Chris Evans); a mitologia, magia e senso de justiça que um governante deve ter, representados pelo Thor (Chris Hemsworth); e a chance dada pela vida para apagar erros do passado, cometidos pelos inteligente e habilidosos agentes Viúva Negra (Scarlett Johansson) e Gavião-Arqueiro (Jeremy Renner); e o conflito entre fazer o bem mantendo uma criatura incontrolável, dentro de si, vivido pelo Dr. Bruce Banner / Hulk (Mark Ruffalo) – a melhor adaptação do personagem, corrigindo falhas dos filmes anteriores.


Convocados por Nick Fury, os heróis são obrigados na marra a conviverem para evitar um desastre mundial. Ai sim: tudo pronto para os inesquecíveis confrontos entre Homem de Ferro e Capitão América; ou quando os dois se juntaram para lutar contra o Thor; as provocações de Tony Stark a Banner, a fim de acordar o Hulk; e claro, a inspiradíssima participação de Loki (Tom Hiddleston), irmão de Thor e grande vilão da história combinando perfeitamente magia, lutas físicas e terrorismo psicológico. Até mesmo nós, fãs nerds, estamos representados no longa-metragem, pelo íntegro Agente Coulson (Clarck Greegg).




Quanto aos aspectos técnicos, não há nada falar mal do filme: roteiro, fotografia, sonorização, trilha sonora e efeitos especiais perfeitos Basta assistir à sequência da batalha final, em que cada herói tem sua importância para o sucesso da missão, em lutas perfeitamente bem-humoradas, plausíveis e plasticamente perfeitas e convincentes, com explosões, demolições, lutas intergalácticas e afins em plena Nova York.

 E o final do filme, nos remete a uma grande mensagem de esperança, assim como acontece desde sempre – porém, de uma forma nova e coerente. Mas pelo que mostrou na tela, juntos ou separados, Os Vingadores deixaram sim em nós fãs uma mensagem de esperança em um futuro melhor – pelo menos, nas telas de cinema!


"Caiu as calças do animador! Seguraaaaa..."