domingo, 28 de agosto de 2011

O nascimento de um ídolo?

Foto: Wilton Jr. / Agência Estado


Assunto mais do que comentado nas últimas semanas no noticiário esportivo e redes sociais, o UFC Rio se confirmou como sucesso de público, em uma modalidade esportiva que começa a se popularizar no Brasil. Além dos ingressos caríssimos que se esgotaram em poucas horas, pela 1ª vez, a competição foi transmitida ao vivo em TV aberta, o que levou à RedeTV a empatar em audiência com a Rede Globo (mesmo com disputa sendo solenemente ignorada pela emissora dos Marinho durante toda a semana...).

E muito do espaço que o UFC está ganhando no Brasil se deve a Anderson Silva, o super campão do octógono, invicto a 14 lutas (das quais, foram 9 disputas de título). O massacre imposto ao japonês Yushin Okami, com certeza, irá favorecer o fortalecimento do The Spider como um ídolo nacional.

Como eu mesmo admiti alguns meses atrás, embora conheça a modalidade de ouvir falar desde seu início (então conhecida por aqui como “Ultimate Fight” ou simplesmente "Vale-Tudo", e Royce Gracie era o grande nome brasileiro...), passei a ter uma noção maior de como é o esporte depois da luta entre Silva e Vitor Belfort.


De modo nenhum, tenho a pretensão de afirmar que o milionário mundo UFC será extremamente popular no Brasil, com as crianças fazendo octógonos com chinelos nas ruas de terra. Entretanto, enxergo em Anderson a capacidade técnica e o carisma necessários para se firmar como um ídolo nacional, independente da população conhecer as regras ou os termos técnicos das modalidades. Não faço idéia quem é o autor da frase, mas ouvi uma vez que “brasileiro não gosta de esporte: gosta de ganhar!”. E essa é a mais pura verdade, observada diversas vezes em um país carente de ídolos e bons exemplos como o nosso.

Sendo assim, acho claramente possível vibrarmos orgulhosos com os golpes do Spider, assim como fizemos com as aceleradas de Ayrton Senna, Nelson Piquet e Emerson Fittipaldi; os aces e matchpoints de Guga Kuerten; os socos de Acelino Popó Freitas (e de Adilson Maguila Rodrigues, como não?); os saltos e rodopios de Daiane dos Santos e Diego Hypólitto na ginástica; as braçadas de César Ciello; e tantos outros exemplos.

Foto: Antonio Lacerda / EFE


Anderson Silva tem a seu favor o fato de ser reconhecido internacionalmente e poderosas ferramentas de marketing, que muitos dos que citei sequer sonhavam que um dia existiriam. Sem dúvida, a mais forte delas é o contrato com a 9ine, empresa de marketing esportivo de Ronaldo Fenômeno. E no UFC Rio, lá estava o eterno camisa 9 torcendo pelo amigo de camarote. E hoje, mesmo com o boicote da Rede Globo, lá estava The Spider como jurado da “Dança dos Famosos”, no Domingão do Faustão (diga-se de passagem, conselheiro da 9ine...).

Dentro do plano de tornar Anderson Silva de fato uma marca forte no Brasil, a 9ine vem executando um forte plano de mídia, como menciona a revista Exame. Entre eles, sua contratação pelo Corinthians, time de coração do lutador e o 2º (1º?) time mais popular do país (cujo faturamentom patrocínio Ronaldo fez saltar de R$ 16 milhões por ano para R$ 40 milhões). Incentivado pelo Spider, outros atletas do UFC estão se associando ao futebol (Minotauro e Paulo Thiago com o Cruzeiro já no lutaram no Rio representando Internacional e Cruzeiro, respectivamente).

E para o projeto obter sucesso, Anderson Silva já mostrou bom humor e nenhum constrangimento em fazer piada consigo mesmo. Um exemplo concreto são dois comerciais de um dos seus patrocinadores, a rede de fast food Burguer King. O grande destaque dos filmes é sua, digamos, peculiar voz...


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