domingo, 13 de julho de 2014

Muito mais que futebol



Na madrugada que antecedeu a abertura da Copa do Mundo, fiz um texto onde relatei que cada Copa do Mundo acaba me marcando de uma forma diferente. Mal acabamos de nos despedir do Brasil 2014, podemos então relatar algumas impressões que ficarão.

A primeira delas, felizmente, a organização não foi o caos previsto, nem houve manifestações violenta nas ruas a ponto de sair do controle. Claro, o que não nos tira a obrigação de lembrar sempre que tivemos a Copa mais cara da história (R$ 30 bilhões, sendo que R$ 23 bilhões saíram dos cofres públicos), sem que boa parte das obras prometidas (principalmente, infraestrutura, telecomunicações e transportes) sequer saiu do papel. 


Os milhares de estrangeiros que aqui estiveram, de modo geral, foram muito bom recebidos e saíram com uma ótima impressão da hospitalidade brasileira, fora que movimentaram muito setores importantes da economia, gerando milhares de postos de trabalho e uma oportunidade de aprendizado cultural para brasileiros.

Longe de dizer que foi a “Copa das Copas”, porque basta procurar no Youtube para ter uma noção do futebol praticado antigamente (Brasil 58/62/70/82, Hungria 54, Holanda 74: são boas dicas para começar). Mas sim: o nível técnico da competição foi empolgante, como resumi outro dia em outro post – antes das semifinais.

O tetracampeonato da Alemanha também que nos mostrou que o planejamento,  organização, trabalho bem feito, investimentos expressivos na formação não só de atletas, mas de cidadãos na mais ampla concepção da palavra, em médio a longo prazo, podem sim dar ótimos resultados.

Deveríamos aprender também que a soberba pode ser muito perigosa, nos cegando e impedindo que aprendamos as lições necessárias para o amadurecimento e evolução. Não falo apenas da cúpula da CBF e nossa comissão técnica, mas de nós como cidadãos- nós mesmos, que vaiamos hinos de outras nações e ofendemos estrangeiros só por terem nascido em outro país.

Exemplo: bastou acabar o jogo, vi brotarem na minha timeline expressões como “Chupa Argentina!”, piadinhas com o Messi, etc. e tal. Chupa o que? Vergonha de que devem ter os argentinos: de derrotar o time da Holanda (melhor que o deles), chegar a final, perder por 1x0 na prorrogação para o melhor time do mundo e ter (de fato) o melhor jogador do mundo? 

Ora Brasil: pelo visto, tomar 10 gols passivamente enquanto assistiu a 2 aulas de futebol em uma semana, não nos ensinou nada...

Por todo essa mistura de sentimentos, só já estou triste por ter que aguardar mais 4 anos para assistir novamente esta grande confraternização mundial! E aqueles que enxergam a Copa do Mundo apenas como um amontoado de jogos de futebol, que adora posar como do contra e se desfazer das pessoas que pensam como eu, só digo para você: QUE PENA!!! 

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