segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Cenas do Cotidiano



Tenho observado uma situação praticamente todos os dias por quase 3 meses, desde que troquei o turno diurno da academia pelo noturno.

Geralmente, por volta das 21h30, horário em que estou encerrando minhas atividades, costuma chegar um jovem casal, acompanhando pelo filho, acredito, que por volta dos 4 anos.

É um garoto muito bonitinho, esperto e, como a maioria das crianças nesta faixa etária, inquieto. Então, ele usa o espaço da academia como espaço de recreação, correndo de um lado para o outro, mexendo nas bicicletas ergométricas, esteiras, aparelhos de musculação e afins.

É comum ver crianças desta idade ou mais velhas com os pais na academia. Porém, geralmente, elas permanecem sentadas, entretidas com brinquedos, tablets, celulares, livros de colorir ou literatura, sob supervisão atenta dos pais.

Infelizmente, não é o caso do garotinho em questão: tanto o pai quanto a mãe permanecem focados em seus respectivos treinos, enquanto o moleque fica solto.

Num dia destes, o menino sentou-se com vários brinquedos: tinha Hulk, Homem-Aranha, uma meia dúzia de Minions nos mais variados estilos e roupas (inclusive, um Minion Homem-Aranha), e carrinhos dos mais variados tipos. Mas ele não permaneceu nem 5 minutos sentado: deixou os brinquedos lá e transformou a academia no seu parquinho particular.

Sei que este tipo de situação, não deveria, mas é a cada dia mais comum. Vemos isso em supermercados, shoppings, igrejas etc. Aliás, vejo isso rotineiramente em meu trabalho. Por isso me coloco no lugar dos professores e funcionários da academia: como chamar a atenção se o pai e a mãe estão presentes sem tomar providências?

Entretanto, há uma diferença: no meu trabalho, 99% dos funcionários e do público permanecem cerca de 95% do tempo sentados: não há pessoas carregando pesos e halteres; correndo, pedalando; fazendo abdominais; levantando pernas e braços; pulando corda e etc. Mesmo assim, não estamos imunes de acidentes (assunto para outro post...).

Eis que me faço alguns questionamentos:

- Este casal precisa obrigatoriamente ir à academia junto? Não há possibilidade de um ir, outro ficar em casa com o menino e trocar depois?

- Caso não haja jeito e eles precisem ir juntos à academia, não há alguém para ficar com a criança? Avó, tia, vizinha, babá etc.?

- Caso não haja outro jeito e o casal precise levar o menino à academia todos os dias, será que eles não podem dividir a atenção entre o treino e os cuidados com o garoto?

- No caso de algum incidente acontecer, quem será responsabilizado?

Infelizmente, pelo que tenho observado, é fato consumado, apenas questão de tempo. A criança é uma vítima nesta história: só resta torcer para que não haja consequências graves para ninguém...

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