segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Sim e não



Gostei e não gostei de Liga da Justiça Filme . Como diversão, é um ótimo programa para a família ir ao cinema, comer pipoca e curtir 2 horas de aventura. 

Entretanto, a Warner Bross e a DC Comics desperdiçaram a oportunidade de marcar a história do cinema com o maior filme de super-heróis de todos os tempos. 

Felizmente, li críticas antes e já fui ao cinema sem as expectativas que criei depois de Mulher Maravilha.

Vamos detalhar os motivos da contradição:


GOSTEI
- Aventura leve e despretensiosa: vá ao cinema sem esperar muito e sua diversão está garantida;

- Cada herói tem seu próprio tempo de tela e sua história bem apresentada;

- Superman me emocionou neste filme por perder aquele tom pesado que vinha sendo adotado por Zach Snyder e nos transmitir verdadeiramente aquilo que o herói sempre deveria representar: esperança (não adianta querer fugir: nossa visão sobre o Homem de Ação sempre terá como referência o universo construído por Richard Doner e a interpretação de Christopher Reeve);

- A Mulher Maravilha continua pisando em geral e mandando na bagaça toda, assim como foi em Batman vs Superman e no filme solo da heroína (#GalGadotEterna);

- O Batman de Bem Afleck funcionou nesta transição do Cavaleiro Solitário para o responsável por recrutar os heróis e ser o mentor capaz de que as individualidades lutem por uma causa em comum;

- A versão do Aquaman bad ass, o “lobo solitário” que não encontra seu lugar no mundo (particularmente, minha preferida do herói, assim como a do desenho Liga da Justiça Sem Limites), deu liga na equipe e gerou grandes expectativas sobre o filme solo do Rei de Atlântida;

- Flash tem sua importância na batalha e funciona como alívio cômico da equipe, colocando Barry Allen como o garoto deslumbrado em fazer parte de algo grandioso (da mesma forma que o Homem-Aranha tem servido no universo Marvel);

- Ciborgue foi uma grata surpresa no filme, sendo bem trabalhada a amargura de Victor Stone por não aceitar suas novas condições de vida e os conflitos que elas geram; 

- Os heróis funcionam muito bem como equipe, atuando sinergia e, de fato, complementando poderes, comportamentos e atitudes;

- Da parte técnica, gostei muito da fotografia do filme, com a paleta de cores e a iluminação demarcando bem cada lugar que serve de cenário ao longa (Gothan, Metropolis, Smallville, Temiscira, Islândia e Star City); 

NÃO GOSTEI

- A opção da DC / Warner em construir seu universo cinematográfico diferentemente da Marvel causou certa confusão: é muito conteúdo para ser contado em 2 horas de projeção; 

- A obrigação do filme em nos apresentar os heróis Aquaman, Flash e Ciborgue, o vilão Lobo da Estepe e nos mostrar um mundo sem o Superman, deixou o vilão totalmente em segundo plano. Lobo da Estepe é um vilão extremamente genérico e nem um pouco ameaçador (diferente de Hela, em Thor Ragnarok, e do Abutre, em Homem-Aranha – De volta ao lar);

- Flash resume-se a um forçado e despropositado alívio cômico;

- Sabemos que o universo cinematográfico DC vem se desenvolvendo aos trancos e barrancos, com os polêmicos e Homem de Aço e Batman vs Superman (apesar das derrapadas, gostei de ambos); o sofrível (porém, lucrativo) Esquadrão Suicída; e o ótimo Mulher Maravilha. Além disso, a Liga ainda trocou de comando: devido ao trágico suicídio da filha do diretor Zach Snyder, o ex-Marvel Joss Wheldon (diretor de Os Vingadores) finalizou o trabalho;

- Embora considere Snyder e Wheldon talentosos, são inegáveis as diferenças de concepções artísticas entre ambos. Somada à ânsia de acionistas e produtores da Warner em lucrar mais que a Marvel e calar os críticos, é visível que muita gente deu pitaco e transformou o filme numa colcha de retalhos, demandando excessivas refilmagens em curto espaço, com um absurdo descarte de cenas (cerca de 23 já detectadas) para a inclusão de outras, e falhas graves nos efeitos visuais (simbolizado pelo terrível bigode apagado de Henry Cavill...);

- Liga da Justiça deixou claro que o tom sombrio adotado em Homem de Aço e Batman vs Superman ficou para trás e a DC vai adotar o mesmo tom da Marvel, tornando as histórias mais leves e engraçadas. No entanto, tal exigência criou uma série de situações de humor forçadas: o Flash teve sua participação esvaziada por isso e o Batman passou a fazer uma série de piadas, que não condizem com o perfil amargurado do personagem;

- O processo de “Marvelização” da DC levou, inclusive, a adoção de duas cenas pós-créditos: assim como a concorrente, uma meramente com efeito de piada e outra que pode ter implicações na continuidade do universo (particularmente, me deixou com boas expectativas);

- A necessidade de colocar muito conteúdo em duas horas de projeção, somada à imposição de tornar a história mais leve, diminuiu em muito o peso da história do Ciborgue, se considerarmos várias cenas apresentadas no trailer e acabaram descartadas. Aliás, a rápida transição de Victor Stone da depressão e isolamento para sentir-se membro da equipe pode vir a comprometer o filme solo do personagem;

- De início, as cenas de batalha pouco me empolgaram, muito diferente de como me senti em Mulher Maravilha, Logan, Thor Ragnarok, Guardiões da Galáxia 2 e Homem-Aranha - De volta ao lar. Felizmente, depois da volta do Superman, voltei a me empolgar.

Resumindo: recomendo a Liga da Justiça como diversão; porém, nem de longe o filme marca época como deveria ser. Mais uma vez, fico com a expectativa que, quem sabe, daqui para frente as coisas sejam diferente no universo DC...

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