segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Pelo menos consertaram...



Sem entrar a fundo nas raízes antropológicas e sociológicas da questão, pois não é o propósito deste espaço, creio ser consenso o gradual "embranquecimento" de importantes personagens históricos ao longo das décadas. Um destes exemplos observamos em Machado de Assis. Não são poucos os especialistas que apontam o gradual embranquecimento do escritor, favorecido inclusive pela falta de engajamento dele na questão do negro.

Mesmo assim, senti muita estranheza ao assistir à campanha publicitária dos 150 anos da Caixa Econômica Federal. Sem dúvidas, uma peça muito bem produzida, em termos visuais, estéticos, textuais e a escolha de Glória Pires como protagonista. Entretanto, qual não foi minha surpresa pelo fato de um anúncio de um órgão estatal escolher um ator branco para interpretar o mulato que se tornou maior gênio da nossa literatura?



E mais uma vez, as pressões do mercado acabaram falando mais alto. As críticas e pressões, vindas da sociedade e de dentro do Governo Federal, fizeram a Caixa alterar o anúncio. Após algum tempo fora do ar, a campanha retornou, com um novo (e mulato) Machado de Assis.

Mas não foi só isso: Glória Pires continuou como locutora texto principal. Porém, o anúncio ganhou nova abertura, gravada pelo ator Aílton Graça e com ênfase ao "respeito ao povo brasileiro". O novo anúncio está disponível no site do jornal Folha de S. Paulo

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