quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Cara de Libertadores

Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians

Costumo dizer que o ano só começa para o Corinthians quando inicia a disputa da Taça Libertadores da América. Afinal, além de superar o trauma com a conquista invicta e do bi-Mundial em 2012, o clube habituou-se a disputar a competição de forma rotineira, pois, desde 2010, ficou de fora somente da edição de 2014.

Somado ao fato do futebol ser um produto cada vez mais valorizado e internacionalizado, cada vez mais os campeonatos estaduais são vistos pelos chamados grandes clubes como torneios preparatórios e de uma importância minimizada diante da principal competição sulamericana, o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil.

Sendo assim, o ano iniciou com um excelente resultado para o Timão, com vitória por 0x1 contra o Cobresal, em meio à altitude e o deserto chilenos, em um jogo interrompido por mais de 17 por falta de energia pela infraestrutura deficiente do estádio.


Analisando pelo lado do resultado, excelente conquistar 3 pontos fora de casa. Analisando a partida em si, foi bastante truncada, com muita marcação, poucas chances de gol para ambos os lados, com um gol contra salvador nos acréscimos finais após boa jogada do atacante Lucca (um dos mais lúcidos em campo).

Foto: Conmebol (Divulgação)

Como a história muitas vezes já nos mostrou, para conquistar a Libertadores, nem sempre uma equipe precisa ser a melhor tecnicamente. Ela precisa ser organizada taticamente, um sistema defensivo e de marcação eficiente, converter as chances criadas em gols e, acima de tudo, jogar com raça e determinação.

Neste aspecto, o Corinthians tem seu principal trunfo a presença de Tite no banco de reservas. Sem dúvidas, o treinador é o melhor do futebol brasileiro em conseguir colocar seus pensamento em prática, fazer um grupo atuar com um verdadeiro espírito coletivo e extrair o melhor de cada atleta. Felipe, Fábio Santos, Vágner Love são alguns dos exemplos de jogadores desacreditados que deram a volta por cima.

Mesmo com o desmanche provocado pela crise econômica brasileira, os milhões de dólares vindo da China e da França, a onipresença e onipotência dos empresários no gerenciamento de carreiras e a incompetência da diretoria em blindar contratos, vemos uma equipe muito organizada e bem postada, assim como a que conquistou o Brasileiro 2015.

Foto: esporte.uol.com.br

Entretanto, está faltando agora justamente a superioridade técnica que decidia o ano passado e poderia fazer a diferença neste ano, principalmente a ausência dos meias Renato Augusto e Jadson, que juntamente com Elias compunham o coração, pulmão e cérebro do time, aliados pela segurança defensiva de Ralf. Aliás, difícil encontrar no mercado um volante com a mesma competência, eficiência e lealdade de Ralf, mesmas características que se aplicam o zagueiro Gil.

Enfim: vários reforços chegaram, os atletas que já estavam vem dando conta, Tite vai levando a equipe conforme as circunstâncias permitem e a tendência natural é evoluir. Porém, vamos ver quanto tempo esta equipe levará para atingir o mesmo grau de excelência de 2015. Talvez, uma Libertadores não seja tempo suficiente...

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