sábado, 2 de setembro de 2017

Seu Madruga, o cara



No dia de hoje, o inesquecível ator mexicano Ramón Valdez completaria 94 anos. Reproduzo abaixo texto publicado pelo Fórum Chaves, página do Facebook.

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Apesar de alguns chamá-lo de preguiçoso, desocupado, era o trabalho em pessoa. Um homem de mil e uma utilidades, que fez de tudo: toureiro, leiteiro, carpinteiro, mecânico, cabeleireiro, pintor, agente especializado em compra e venda de artigos para o lar e mais umas dezenas de ofícios. 

Sim, ele podia não curtir pegar no batente. Mas como ele mesmo disse: não há nada mais trabalhoso do que viver sem trabalhar.


Ele era um cidadão consciente, mas não fanático. Não pagava o aluguel em dia, é verdade. Mas era um exemplo de honradez. Ele se negou a acusar o Chaves de ter comido todos os churros e chamou a responsabilidade para si. Fazia o possível para ajudar o menino. 

Preocupava-se tanto que até sonhava com isso e levava pratos vazios ao barril do Chavinho. Deu ao Chaves seus sapatos, dividiu um refresquinho, ensinou-lhe alguns ofícios. Era o pai que o Chaves nunca teve.

E por falar em pai, fazia de tudo por sua Chiquinha. Dormia em um sofá quebrado, enquanto a menina tinha sua própria cama e quarto. Se engajava em todo tipo de trabalho para garantir algum sustento para a casa e manter o mínimo para a filha. Perdeu a esposa quando a menina nasceu e cuidou dela como pai e mãe.

Seu Madruga superou muitas injustiças. Aguentou as pancadas que a vida lhe deu, mas sempre mantinha um sorriso franco e espontâneo no rosto. E mesmo numa situação difícil, não hesitava em ajudar quem precisasse.

Talvez por tudo isso, nós brasileiros sejamos tão identificados com ele. Um povo que precisa trabalhar muito, que precisa superar muitas dificuldades e, ainda assim, encontra motivos para sorrir. Que ama sua família e que tem um espírito solidário.

Tem um pouco de Seu Madruga em cada um de nós.

Por isso, ele é eterno. Ele é o cara!

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