terça-feira, 22 de março de 2011

Meu amigo Nasi



Até comentei o assunto em outras ocasiões, pois invariavelmente publico músicas do IRA! por aqui - para acessá-las, basta clicar aqui. Sou órfão do IRA! desde 2007, data da conturbada separação dos músicos, mas até hoje ouço muito seu som. Sem dúvida, é um dos melhores grupos do Rock Brasil surgido nos anos 1980, posição que se encontra até hoje.

O que mais me atrai no IRA! sempre foi o som “nervoso” e marcante, responsável por marcar letras contundentes e fortes, sejam enfocadas em críticas sociais, histórias fictícias ou com elementos biográficos dos seus integrantes.

E ao contrário de alguns outros grupos musicais, duas lideranças sempre se sobressaíram no IRA!: Edgar Scandurra, considerado por muitos o melhor guitarrista do Brasil e compositor dos principais sucessos deles; e o vocalista Nasi, com sua característica voz característica, interpretações viscerais e puras “atitudes rock ‘n roll”, assemelhando-o ainda mais com o perfil do X-Men Wolverine.


Inclusive, os dois foram os pivôs do término da banda, juntamente com o ex-empresário (irmão de Nasi), com diversas trocas de acusações, envolvendo drogas, divisão de dinheiro, julgamentos de caráter, disputas judiciais, entre outros.

Com o fim, as carreiras tomaram rumos opostos: Scandurra simplesmente limou o IRA! do seu repertório e passou a trabalhar suas produções de música eletrônica, além de parcerias com Arnaldo Antunes voltadas ao público infantil.

Já Nasi continua cantando as antigas canções, acrescidas de sua produção solo e sucessos de Raul Seixas e Cazuza, por exemplo. Além disso, encarou outras funções diversas, como ator de cinema e comentarista de futebol!



Agora sim, vou contar a história do titulo, que alguns amigos meus conhecem, e aconteceu em uma sexta-feira de agosto de 2009. Era por volta das 17h30 acabado de chegar à USP, vindo de Sorocaba, e comi um cachorro-quente na ECA, à espera da minha 1ª aula da minha pós graduação.

Naquela mesma noite, um show do Nasi previsto para Sorocaba havia sido suspenso, assim como toda a programação do aniversário da cidade, em razão do crescimento dos casos da Gripe A-H1N1 (a famigerada “Suína”...). De repente, me deparei com Nasi caminhando para retomar o fôlego, após uma corrida pela Cidade Universitária! Após olhar pela segunda vez e ter certeza de quem era, deixei o fã baixar e não tive dúvida: gritei seu nome!

De primeira, ele acenou com o olhar, comentei do acontecido de Sorocaba e ele caminhou em minha direção, me cumprimentando. Foi um rápido diálogo, mas ele me passou a certeza de ser o cara gente boa que sempre me passou. Sua resposta sobre a suspensão do show foi a seguinte:



- Pois é veio: tudo por conta da po**a dessa gripe, que m**da!  Mas e ai,  tá feia a coisa lá?

Expliquei que não, que a medida era mais preventiva, para evitar problemas que estava acontecendo em outras cidades do país, no que ele responde.

- Sei, é f**a... Mas tá certo também né? Se não, daqui a pouco começa a morrer gente lá, e ai vão falar que a culpa é do Nasi...



Despedimos-nos, com ele citar a chance de voltar à cidade e a foto do alto do post, tirada por mim mesmo, com a câmera um celular de baixos recursos técnicos que eu tinha na época (imediatamente, mandei a foto por SMS pra minha irmã e amigos do trabalho...). Nos “reencontramos” alguns meses depois, quando ele veio a Sorocaba e fez o show previsto anteriormente, em um parque, na manhã de um domingo.

Sei que depois de tudo isto, com certeza, curti ainda mais a apresentação do que se ele fosse realizada antes. Afinal, juntei o lado musical, o carisma e humor irônico apresentados do palco com o brevíssimo contato que mantivemos, me fazendo criar um ambiente em que só se respirava o bom e velho rock ‘n roll!

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