quarta-feira, 30 de março de 2011

“Somos os filhos da revolução...”



Meus pais lembraram hoje que dia 31 de março é uma data que seria completamente ignorada por mim, como creio que será por pela grande mídia. Não que seja um dia que mereça ser comemorado, mas é importante que ele nunca seja esquecido. Afinal, nesta quinta-feira completam-se 47 que as Forças Armadas destituíram o João Goulart e assumiram a Presidência da República por longos 21 anos.

Claro, ao longo deste período, a data em que era comemorada com um feriado nacional – o Dia da Revolução – sofreu por inúmeras mudanças em seu significado. Sabemos hoje que a dita “Revolução” não passou de um Golpe de Estado, responsável por instituir uma terrível Ditadura Militar.

Nestes tempos, imperavam o espírito do “Brasil: ame-o ou deixe-o”, embalado pelo som de “Eu te amo meu Brasil, eu te amo”, com altas de doses de repressão e violência e assassinato contra qualque manifestação contrária, sendo que muitos casos estão insolúveis mesmo nos dias atuais.

Paralelamente, o Brasil viveu neste período de grande efervescência cultural, responsável por uma produção cultural riquíssima. Creio que um dos grandes símbolos desta época é a música “Alegria Alegria”, interpretada por Caetano Veloso no Festival Nacional da Canção, em 1967.

Décadas depois, em 1992, a Rede Globo resgatou a música como tema de abertura da excelente série Anos Rebeldes, obra de ficção que retratou fielmente este período.


Enfim, é um período marcante de uma história ainda muito recente, em que muitos de seus personagens permanecem vivos, participando de diversos setores de vida nacional. Estes aspectos até hoje influenciam, ainda mais se lembrarmos o contexto da Guerra Fria, no mundo bi-polarizado em que vivíamos, além de muitas feridas abertas. 

Afinal, não passamos todos de Filhos da Revolução.

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