terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Olha a imprensa dando barrigada de novo...

Reprodução: R7.com


A intensa cobertura dada pela imprensa brasileira à tragédia causada pelos deslizamentos na região serrana do Rio de Janeiro acaba por revelar defeitos inerentes ao ser humano. Não me refiro somente aos flagrantes de pessoas agirem de má fé para se apropriar de donativos, mas também de erros dos jornalistas. Sim: somos vaidosos, nos julgamos acima do bem e do mal e, dificilmente, reconhecemos nossos erros, sempre os empurrando para outros.

Cito o episódio do cachorro Caramelo que, sem dúvida, emocionou. Desconheço quem descobriu a história do animal de estimação que se manteve fiel aos donos mortos, permanecendo ao lado do túmulo onde estão sepultados. Entretanto, não foi bem assim que as coisas aconteceram, como mostra o portal Comunique-se.

O cachorro fotografado ao lado da sepultura não é Caramelo, mas sim John, cujo dono é funcionário do cemitério. Às vezes, quem produziu o texto, pode só ter se confundido, pelos dois cães serem da mesma cor. Mas por que tirar conclusões precipitadas e divulgar uma informação que, dificilmente, poderia ser checada?

Posso estar cometendo uma injustiça grave, mas, a princípio, o caso me parece má fé, do tipo: “Pega nada, como vão descobrir?”. Afinal, todos sabemos que uma notícia comovente, ainda mais em meio a uma tragédia, é mais facilmente aceita pelo público. Prova disto, é que todo mundo reproduziu a história sem questionar...

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