sábado, 26 de fevereiro de 2011

Favoritismo justificado



Assisti neste sábado (26) a “O Discurso do Rei”, que sai na frente na concorrida disputa pelo Oscar 2011, com 12 indicações. Achei o filme sensacional e, longe de querer bancar o crítico especialista em cinema, mas falando com experiência de ser um assíduo espectador de produções hollywoodianas desde sempre, aposto que ele sai do Teatro Kodak com, pelo menos três estatuetas: Melhor Filme, Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante. 

Entes os dez indicados a melhor filme, além dele assisti apenas a Cisne Negro (de quem falei nesta semana), Toy Story e A Origem. Apesar de ter considerado os quatro excelentes, vejo no favorito mais características que agradam aos membros da Academia. 

Afinal, “O Discurso do Rei” apresenta a tradicional história de superação, usando um roteiro original criado a partir de fatos históricos. E apesar da natural pompa da monarquia britânica e tensão vivida pelo Reino Unido às vésperas da Segunda Guerra Mundial, estes fatos se tornam pano de fundo em uma história leve e bem humorada.

Colin Firth está simplesmente perfeito como o rei George VI. Impressionante como ele nos faz sentir a mesma angústia do monarca ao tentar controlar a gagueira, seu carinho em relação à família, traços particulares d quem nasceu e foi criado para ser nobre, além da em superar suas inseguranças e transmitir segurança à população em um momento histórico terrível, quando se tornou governante por acaso. 

O excelente desempenho do protagonista se deve muito ao fato de ter encontrado com um coadjuvante em alto nível, caso do sempre brilhante Geoffrey Rush. O ator está impecável com Lionel Logue e seu nada convencional tratamento fonoaudiológico, rendendo momentos hilários também por se contrapor às regras e protocolos impostos pela monarquia, mas acabando por impor uma relação de sincera de amizade e lealdade ao futuro rei. 

Das três estatuetas que falei, é possível que o filme receba por osmose as de direção e roteiro original, lembrando que Helena Bonham Carter ainda concorre a Melhor Atriz Coadjuvante. Aliás, este é um ótimo trabalho dela em uma personagem “normal”, depois de acumular anos de experiência em tipos exóticos nos Harry Potter e filmes de Tim Burton que se sucederam. 


A respeito dos prêmios técnicos que o filme concorre, me abstenho de comentar, por falta de conhecimento suficiente. Aliás só darei mais dois palpites para o Oscar amanhã: Natalie Portman como Melhor Atriz, pela angustiante Nina Sayers, de Cisne Negro; e Toy Story 3 como Melhor Animação . 

O filme é simplesmente impecável em todos os elementos, sendo um excelente encerramento à genial saga de Woody, Buzz Lightyear e dos demais incríveis brinquedos do garoto Andy, que acompanhei desde quando eu era uma criança, em 1995. 

A produção da Disney-Pixar foi capaz de me emocionar muito mais do que filmes adultos pretensamente densos. Entretanto, creio que ainda está longe do dia em que a Academia ousará em dar o prêmio máximo a um desenho...


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